domingo, 25 de outubro de 2009

...

sábado, 5 de setembro de 2009

domingo, 19 de julho de 2009

"Lucky"...

sábado, 13 de junho de 2009

sábado, 9 de maio de 2009

"..."

"..."

"A Little Respect"

segunda-feira, 27 de abril de 2009

sábado, 28 de março de 2009

"Dream on Girl"

"AMOR I LOVE YOU"

O que é o amor?

Numa sala de aula, havia várias crianças. Quando uma delas perguntou à professora: "- Professora, o que é o amor?", a professora sentiu que a criança merecia uma resposta à altura da pergunta inteligente que fizera. Como já estava na hora do recreio, pediu para que cada aluno desse uma volta pelo pátio da escola e trouxesse o que mais despertasse nele o sentimento de amor.
As crianças saíram apressadas e, ao voltarem, a professora pediu:
- Quero que cada um mostre o que trouxe consigo.
A primeira criança disse:
- Eu trouxe esta flor! Não é linda?!
A segunda criança falou:
- Eu trouxe esta borboleta; veja o colorido das suas asas; vou colocá-la na minha colecção.
A terceira criança completou:
- Eu trouxe este filhote de passarinho. Ele tinha caído
o ninho junto com outro irmão. Não é tão engraçado?
E assim as crianças foram-se colocando. Terminada a exposição, a professora notou que havia uma criança que tinha ficado quieta o tempo todo. Ela estava vermelha de vergonha, pois nada havia trazido.
A professora dirigiu-se a ela e perguntou-lhe:
- Minha querida, por que é que não trouxeste nada?
E a criança timidamente respondeu:
- Desculpe, professora. Vi a flor e senti o seu perfume. Pensei em arrancá-la, mas preferi deixá-la para que seu perfume exalasse por mais tempo. Vi também a borboleta, leve, colorida! Ela parecia tão feliz que não tive coragem de aprisioná-la. Vi também o passarinho caído entre as folhas, mas, ao subir à árvore, notei o olhar triste de sua mãe e preferi devolvê-lo ao ninho. Portanto professora, trago comigo o perfume da flor, a sensação de liberdade da borboleta e a gratidão que senti nos olhos da mãe do passarinho. Como posso mostrar o que trouxe?
A professora agradeceu à criança e deu-lhe nota máxima, pois ela fora a única que percebera que só podemos trazer o amor no coração".

love of my life

I Dont Wanna Miss A Thing

terça-feira, 17 de março de 2009

sábado, 28 de fevereiro de 2009

Definição do amor humano

Fala-se hoje em dia muito de amores e, mais concretamente, de uniões sentimentais, mas muito pouco de amor, o que suscita uma grande confusão. A qualquer relação superficial e passageira damos-lhe o nome de «amor». Uma das formas mais representativas do amor é a que se pratica entre o homem e a mulher. A análise desse encontro, seus labirintos, as brechas por onde se deixa entrever, oferecem-nos uma série sucessiva de paisagens psicológicas muito interessantes, que ilustram o que é e em que consiste realmente o amor, já que falamos dele sem grande propriedade.
Há que voltar a descobrir o seu verdadeiro sentido, ainda que seja uma questão impopular e difícil de conseguir. Há que recuperar o termo no seu sentido teórico e prático, voltar a incluí-lo na nossa vida.
Em resumo: restituir-lhe a sua profundidade e o seu mistério. Esta é a tarefa deste capítulo e a primeira questão consiste em identificar e distinguir amor e sexo. Geralmente, em muitas relações sexuais há de tudo, menos amor autêntico, por mais que lhe apliquemos esse qualificativo; na realidade é paixão, pelo que desde logo não é amor. É claro que num mundo em crise de valores como é o nosso tudo vale, tudo é tolerável, admitimos qualquer coisa, concretamente no que se refere ao pensamento e às ideias.
O amor humano é um sentimento de aprovação e afirmação do outro, pelo qual a nossa vida adquire um novo sentido de busca e desejo de estar junto com a outra pessoa. Entre a atracção inicial e enamoramento há um grande caminho a percorrer; uns ficam a meio do trajecto; outros, prosperam e alcançam esse desejar estar junto ao outro, uma das características que definem o amor.
O que é amar alguém? O que significa? Amar outra pessoa é desejar-lhe o melhor, olhar por ela, tratá-la de forma excepcional, dar-lhe o melhor de nós mesmos. O que inicialmente atrai é a aparência física, a beleza, que logo se torna psicológica e espiritual. Em geral, podemos afirmar que o amor baseado e centrado na beleza física costuma ter um mau prognóstico. Com ele não se chega muito longe; por isso, no enamoramento, o sentimento essencial é «Necessito de ti», «És para mim fundamento de vida», «És o meu projecto». Dito em termos coloquiais: «És a minha vida». Maurice Blondel define assim o amor: «L’amour est par excellence ce qui fait être», «o amor é antes de mais aquilo que faz ser».
O que o homem necessita na vida é amor, amar e ser amado. A felicidade não é possível sem o amor. Amar outra pessoa é querer a sua liberdade, que se aproxime o mais possível dela, quer dizer, do bem. Essa é a sua grande meta. Ajudar a outra pessoa a transcender-se, ajudá-la a exteriorizar tudo, a que esteja contente e feliz com a sua existência.

Enrique Rojas
O Homem light
Coimbra,
Gráfica de Coimbra, 1994(excerto adaptado)
http://janelasobreoamor.wordpress.com/2008/05/12/definicao-do-amor-humano/

Saudades

Saudades! Sim... Talvez... e porque não?...
Se o nosso sonho foi tão alto e forte
Que bem pensara vê-lo até à morte
Deslumbrar-me de luz o coração!

Esquecer! Para quê?... Ah! como é vão!
Que tudo isso, Amor, nos não importe.
Se ele deixou beleza que conforte
Deve-nos ser sagrado como o pão!

Quantas vezes, Amor, já te esqueci,
Para mais doidamente me lembrar,
Mais doidamente me lembrar de ti!

E quem dera que fosse sempre assim:
Quanto menos quisesse recordar
Mais a saudade andasse presa a mim!

(Florbela Espanca)

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

domingo, 22 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Following the Sun

Opinião de um homem sobre o corpo feminino

"Não importa o quanto pesa. É fascinante tocar, abraçar e acariciar o corpo de uma mulher. Saber seu peso não nos proporciona nenhuma emoção. Não temos a menor ideia de qual seja seu manequim. Nossa avaliação é visual, isso quer dizer, se tem forma de guitarra... está bem. Não nos importa quanto medem em centímetros - é uma questão de proporções, não de medidas. As proporções ideais do corpo de uma mulher são: curvilíneas,c heinhas, femininas... . Essa classe de corpo que, sem dúvida, se nota numa fração de segundo. As magrinhas que desfilam nas passarelas, seguem a tendência desenhada por estilistas que, diga-se de passagem, são todos gays e odeiam as mulheres e com elas competem. Suas modas são retas e sem formas e agridem o corpo que eles odeiam porque não podem tê-los.Não há beleza mais irresistível na mulher do que a feminilidade e a doçura. A elegância e o bom trato, são equivalentes a mil viagras. A maquiagem foi inventada para que as mulheres a usem. Usem! Para andar de cara lavada, basta a nossa. Os cabelos, quanto mais tratados, melhor. As saias foram inventadas para mostrar suas magníficas pernas. Porque razão as cobrem com calças longas? Para que as confundam conosco? Uma onda é uma onda, as cadeiras são cadeiras e pronto. Se a natureza lhes deu estas formas curvilíneas, foi por alguma razão e eu reitero: nós gostamos assim. Ocultar essas formas, é como ter o melhor sofá embalado no sótão. É essa a lei da natureza... que todo aquele que se casa com uma modelo magra, anoréxica, bulêmica e nervosa logo procura uma amante cheinha,simpática, tranquila e cheia de saúde. Entendam de uma vez! Tratem de agradar a nós e não a vocês. porque, nunca terão uma referência objetiva, do quanto são lindas, dita po ruma mulher. Nenhuma mulher vai reconhecer jamais, diante de um homem, com sinceridade, que outra mulher é linda. As jovens são lindas... mas as de 40 para cima, são verdadeiros pratos fortes. Por tantas delas somos capazes de atravessar o atlântico a nado. O corpo muda... cresce. Não podem pensar, sem ficarem psicóticas que podem entrar no mesmo vestido que usavam aos 18. Entretanto uma mulher de 45, na qual entre na roupa que usou aos 18 anos, ou tem problemas de desenvolvimento ou está se auto-destruindo. Nós gostamos das mulheres que sabem conduzir sua vida com equilíbrio e sabem controlar sua natural tendência a culpas. Ou seja, aquela que quando tem que comer, come com vontade (a dieta virá em setembro, não antes; quando tem que fazer dieta, faz dieta com vontade (não se saboteia e não sofre); quando tem que ter intimidade com o parceiro, tem com vontade; quando tem que comprar algo que goste, compra; quando tem que economizar, economiza.Algumas linhas no rosto, algumas cicatrizes no ventre, algumas marcas de estrias não lhes tira a beleza. São feridas de guerra, testemunhas de que fizeram algo em suas vidas, não tiveram anos 'em formol' nem em spa... viveram! O corpo da mulher é a prova de que Deuse xiste. É o sagrado recinto da gestação de todos os homens, onde foram alimentados, ninados e nós, sem querer, as enchemos de estrias, de cesárias e demais coisas que tiveram que acontecer para estarmos vivos.Cuidem-no! Cuidem-se! Amem-se! A beleza é tudo isto."

(Paulo Coelho)

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Take This Waltz

Love Me Tender

domingo, 15 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Circo de feras

Quem És Tu, de Novo

Gostar de alguém!...

..."Não é difícil gostar de alguém , mas quando se gosta , gosta-se e pronto, não há nada a fazer. Pensamos na pessoa o dia todo e olhando para o tecto perguntamo-nos onde estará a outra pessoa naquele exacto momento em que pensamos nela. Onde estás ? Ontem pensei em ti, hoje também , ainda agorinha mesmo estava a pensar em ti, e andamos nisto. Gostamos de alguém, não perguntem agora porquê porque mesmo que vos quisesse dizer nunca saberia a resposta. Eu não sei o porquê! as pessoas gostam de saber porque diacho gostamos nós de alguém e isto não é fácil de explicar. Convenhamos: vi-a uma vez ou duas , o que não é muito eu sei, mas porque raio tem de existir uma regra que implica vermos mais do que uma vez alguém para sabermos que gostamos dela. E depois, alguns puritanos perguntam-nos: "ai sim, gostas dela, então de que cor são os olhos dela? Como é que ela se chama?" Como se ao não sabermos responder a qualquer uma das perguntas ficasse assim provado que não gostávamos desse alguém . Mentira. Quando se gosta quer-se que a pessoa de quem gostamos seja nossa, como se fosse um direito. E se estiver escrito no diário da republica tanto melhor. algo como " Declaramos para os devidos efeitos que a jovem etc. e tal é propriedade de Fernando Alvim , sua e apenas sua, seu grande malandro!". As coisas infelizmente não são assim e já ninguém é de ninguém , já ninguém dá a mão, na melhor das hipóteses faz-se um "leasing", arrenda-se a mão ou coisa do genero . Não gosto nada disto. O que eu gostava mesmo era de lhe perguntar: de quem são essas mãos e ela dizer " são tuas!" De quem é essa boca? e ela responder " É Tua!" De quem é esse cabelo? " É teu!" Contudo as defesas apoderam-se de nós , sentimos o ritmo cardíaco a aumentar e "ai a minha vida a andar para trás", estamos com aquela pessoa de quem tanto gostamos e pensamos "não lhe posso mostrar que gosto já dela, senão está tudo estragado!" temos oportunidade de estarmos juntos logo naquele dia e "ai que isto não é bem assim". Talvez por isso eu não percebo este amor que pensa e reflecte . O amor, a paixão, o desejo - todos parentes próximos da mesma família não pensam muito, porque não existe uma lógica , uma norma a seguir, um " agora temos de ir ao cinema, jantar, teatro, exposição" e " vê lá o que está a dar na televisão !?" e " olha que eu não sou dessas" e ainda dez mensagens por dia! Para mim basta-me saber que gosto - e gosto - e perceber que o meu corpo responde por mim - e responde. Não tem de haver pressa! - dizem alguns. Não têm??? ai não, que não tem!!! O desejo não me parece ser algo tranquilo, é exactamente o contrário, é stressadinho, fuma cigarro atrás de cigarro - saia da frente que tenho pressa! - o desejo buzina ao cair do semáforo verde, é taxista em hora de ponta - saia daí senhor! - quer passar à frente de todos tipo Chico espertos tem urgência em chegar, quer ser rápido para se manifestar junto de quem gosta. Quando gosto de alguém , não quero saber se aquele ou o outro acredita nisso, não me interessa até perceber se ela própria acredita. O que interessa mesmo é que eu sabia disso e sei - é que eu acredite - e acredito - e que seja verdade - verdadinha!!!!!!!!!"......
(supostamente texto original de "Fernando Alvim")

Convite da Loucura...

Convite da Loucura...
A Loucura resolveu convidar os amigos para tomar um café em sua casa.Os convidados apareceram todos.
Após o café, a Loucura propôs:- Vamos brincar às escondidas?- Escondidas? O que é isso? - perguntou a Curiosidade.- Escondidas é uma brincadeira. Eu conto até cem e vocês se escondem. Ao terminar de contar, eu vou procurar, e o primeiro a ser encontrado será o próximo a contar.
Todos aceitaram, menos o Medo e a Preguiça. 1,2,3,...- a Loucura começou a contar.
A Pressa escondeu-se primeiro, num lugar qualquer.
A Timidez, tímida como sempre, escondeu-se na copa de uma árvore.
A Alegria correu para o meio do jardim.
Já a Tristeza começou a chorar, pois não encontrava um local apropriado para se esconder.
A Inveja acompanhou o Triunfo e escondeu-se perto dele debaixo de uma pedra.
A Loucura continuava a contar e os seus amigos iam se escondendo.
O Desespero ficou desesperado ao ver que a Loucura já estava no noventa e nove.
- CEM! gritou a Loucura. - Vou começar a procurar...
A primeira a aparecer foi a Curiosidade, já que não agüentava mais querendo saber quem seria o próximo a contar.
Ao olhar para o lado, a Loucura viu a Dúvida em cima de uma cerca sem saber em qual dos lados ficar para melhor se esconder.
E assim foram aparecendo a Alegria, a Tristeza, a Timidez...
Quando estavam todos reunidos, a Curiosidade perguntou:- Onde está o Amor?Ninguém o tinha visto.A Loucura começou a procurá-lo. Procurou em cima da montanha, nos rios, debaixo das pedras e nada do Amor aparecer.
Procurando por todos os lados, a Loucura viu uma roseira, pegou um pauzinho e começou a procurar entre os galhos, quando de repente ouviu um grito.Era o Amor, gritando por ter furado o olho com um espinho. A Loucura não sabia o que fazer. Pediu desculpas, implorou pelo perdão do Amor e até prometeu segui-lo para sempre. O Amor aceitou as desculpas.
Hoje, o Amor é cego e a Loucura acompanha-o sempre.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Damien Rice - The Blower's daughter

Antoine de Saint-Exupéry

"Só se vê bem com o coração. O essencial é invisível para os olhos."

"Os homens cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim e não encontram o que procuram. E, no entanto, o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa."

Carlos Paião - Cinderela

"I'm a believer"

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

domingo, 1 de fevereiro de 2009

Emiliana Torrini-Bleeder

Mariza - Chuva

Pedro Barroso - Menina dos Olhos de Água

O amor quando se revela (Fernando Pessoa)

O amor, quando se revela,
Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pra saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar...

Elogio ao amor (Miguel Esteves Cardoso)

Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixonade verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão alimesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia aspessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passívelde ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nascostas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida,o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea porsopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores. O amorfechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar.O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio,não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não sepercebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende.O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amorque se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado,viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se podeceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também.